quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Terremoto deixa mais de 150 mortos na Itália

Um terremoto durante a madrugada deixou mais de 150 mortos na Itália. Foi o pior dos últimos 30 anos no país. Os feridos passam de 1,5 mil e há milhares de desabrigados. Cidades pequenas foram devastadas num cenário que os correspondentes Maurízio della Costanza e Ilze Scamparini mostram nesta reportagem.


Será uma noite fria nas montanhas da região de Abruzzo, no centro-sul da Itália. Cinquenta mil desabrigados terão que passar muitas noites em tendas. A italiana chora ao lembrar da sua casa em ruínas. Desolação, silêncio e cansaço.

Ele nem sabe como conseguiu salvar dos escombros os seus pais muito idosos. Histórias de sobreviventes, ainda que dramáticas. Uma imagem pungente comoveu o mundo. Histórias também com o fim trágico, de perdas irreparáveis.

Uma casa era um pequeno condomínio de dez apartamentos onde viviam 30 pessoas. Sete foram retiradas sem vida. Mas os bombeiros continuam escavando para tentar encontrar algum sobrevivente.


Foi o mais forte terremoto na Itália desde 1980. Às 3h30, Roma tremeu de susto. Mas foi a 90 quilômetros da capital italiana que o tremor de 6,3º na escala Richter destruiu cidades e matou mais de uma centena de pessoas.

Na província de L’Aquila, em Abruzzo, 26 municípios foram atingidos. Na capital da província, também chamada de L’Aquila, cidade frequentada por 100 mil universitários, a república de estudantes desabou, matando vários deles. No centro histórico, a perda de monumentos artísticos.

L’Aquila, uma cidade medieval do século XIII perdeu boa parte do seu patrimônio histórico. Uma igreja, das Santas Almas, ganhou esse nome depois do terremoto de 1703 que destruiu toda a cidade. Muitos mortos foram enterrados no local.

Revolta pela tragédia anunciada tempos atrás. Um homem diz que há três meses a região vem sofrendo abalos sísmicos e que nenhuma atitude foi preventiva foi tomada.

Giampaolo Giuliani, especialista em física e morador da província chegou a alertar as autoridades sobre a possibilidade de um terremoto desastroso na região. Foi denunciado pela polícia por alarmar a população.

O município de Paganica, epicentro do terremoto, agora é também uma cidade proibida. Ninguém passa. Autoridades nos trazem para conhecer a dimensão dos danos.

Será preciso muito tempo para reconstruir a cidade. Numa ladeira, começa a parte mais atingida pelo terremoto. Foram duas ou três ruas completamente destruídas. Setecentas casas desabaram.

O teto da casa caiu na cabeça de uma mulher. Ela sofreu ferimentos leves no corpo. O que lhe vem à mente são duas sensações. “Um pesadelo. É como se fosse uma guerra”, diz ela.

O governo da Itália liberou 30 milhões de euros para as cidades atingidas. O Papa Bento XVI mandou mensagens de solidariedade às famílias de vítimas.

2 comentários:

  1. Os abalos sismicos trazem prejuizos aos cofres dos governos embora não possam ser evitados. Há de se desenvolver as novas tecnologias já testadas para amenizar os efeitos quando estiver pra acontecer esse tipo de tragedia!

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  2. Além do prejuízo financeiro os terromotos, também interferem nas vidas das pessoas, as quais perdem: todos os seus bens, suas vidas, suas casas, sua auto-estima. Para piorar nem sempre quem deve dar o apoio nescessário, como é o caso do governo, age de forma eficaz para dar suporte as vítimas, que as vezes dependem muito da boa vontade das pessoas e instituições de caridades.

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