quinta-feira, 10 de setembro de 2009


Terremotos - Nordeste sofre mais com tremores de terra
Um fenômeno que, até então, parecia estar restrito a outros países está tirando o sono de muitos brasileiros. Com o terremoto de 4,9 graus na escala Richter, que vitimou uma criança de cinco anos, no último domingo (9), na comunidade de Caraíbas, na cidade de Itacarambi, em Minas Gerais, foi ligado o alerta de que o Brasil está suscetível a abalos sísmicos de maior intensidade. Apesar desse ter sido o primeiro caso com registro de morte, várias cidades já tiveram o solo estremecido por terremotos.Segundo sismólogos, são os nordestinos os que mais sentem o chão tremer no Brasil. A Região já registrou sismos históricos, como o de Pacajus e Cascavel, no Ceará, em 1980, que atingiu 5,2 de magnitude – o que é considerado moderado, numa escala que vai até 10 – e o de João Câmara, no Rio Grande do Norte, em 1986, que atingiu 5,1. E a terra não parou de tremer no Nordeste. Atualmente, abalos entre 1,5 e 2,0 graus têm sido percebidos nas cidades de São Caetano e Caruaru, em Pernambuco, Cascavel e Jaguaribara, no Ceará, e Tabuleiro Grande, Apodi e Luís Gomes, no Rio Grande do Norte.´A maior atividade sísmica do Brasil é no Nordeste, sobretudo no Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Recôncavo Baiano´, atestou o coordenador do laboratório sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Joaquim Mendes Ferreira. Em Pernambuco, a explicação para os tremores está numa falha geológica denominada Lineamento Pernambuco, uma espécie de cicatriz que vai do Recife a Ouricuri, no Sertão. No restante do Nordeste, o que acontece é uma correlação entre geologia e atividade sísmica. ´Existem forças vindas do interior da terra que atuam nas zonas de fraqueza. O problema é identificar essas zonas de fraqueza´, colocou o especialista. Fatores externos, como construção de barragens e exploração de minérios, também podem induzir os tremores.Os terremotos têm estremecido a rotina da comunidade do Sítio Arara, a cerca de dez quilômetros do Centro de Luís Gomes, no Oeste do Rio Grande do Norte. Relatos dos moradores dão conta de que os tremores têm ocorrido, praticamente, todos os dias, desde setembro. ´Já ouvi duas vezes um tremor de terra. Quem mora mais perto do local diz que continua tendo. É difícil ter dia para não dar de dois a três´, testemunhou o agricultor Nivaldo Francisco da Silva.O problema, segundo especialistas, é que não há como prever quando vai acontecer um terremoto, nem mesmo qual será a intensidade.Tremor de terra em Minas, este mês, foi o primeiro que causou uma morte no Brasil.No Nordeste, os abalos atuais têm causado mais medo que danos físicos, mas em João Câmara, em 1986, os estragos foram reais. Cerca de 4 mil imóveis ruíram e várias edificações foram danificadas. Em Caruaru, várias casas apresentaram rachaduras por conta dos tremores que ocorreram em 2002. O maior terremoto já registrado no Brasil foi o da Serra do Tombador, no Mato Grosso, em 1955, que atingiu 6,6 pontos na escala Richter.

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